sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Curiosidades


        ''Antes de o programa existir a Teca não era Teca, mas Joca. A princípio o programa iria se chamar Joca na TV e o personagem principal seria um menino. Na verdade, tudo começou bem antes disso, num livro que o Câmara Cascudo escreveu para infâncias de todas as idades, há décadas atrás. Nesse livro, chamado Canto de muro, o pesquisador narra a vida cotidiana de um pequeno universo de quintal e seus habitantes, observados ao longo de quarenta anos, desde que Câmara Cascudo estudava medicina no Recife e colecionava insetos, escorpiões, aranhas e saúvas. O Joca, diretamente inspirado nesse colecionador de curiosidades, seria assim: inteligente, brincalhão, curioso e bem brasileiro, vivendo num mundo encantado, de miudezas, com tudo ainda por descobrir. Conversa vai, conversa vem e o protagonista do programa continuou inteligente, brincalhão, curioso e bem brasileiro, só que sendo uma menina, a Teca. Na primeira versão do programa, a Teca ficava sozinha no estúdio, com gravações realizadas em chroma key. A protagonista era colocada sobre as imagens de uma maquete criada pelo artista plástico Afonso Tostes, representando a casa da Teca. Eram ilustrações pintadas sobre papel e mobiliadas com móveis em miniatura. Para gravar eram utilizadas duas câmeras, uma apontada para a atriz e outra para a maquete da casa da Teca. Ou seja: uma sincronia quase impossível, horas de estúdio e técnicos em pânico.
       O tempo foi passando e o esforço valeu a pena. O sucesso de público trouxe a oportunidade de uma nova temporada do programa. A grande novidade da segunda temporada foi a introdução de novos cenários, desta vez feitos em computação gráfica, e de mais dois personagens, Pedro e Luísa, amigos da Teca. Desde essa época e por várias temporadas consecutivas, o programa manteve as gravações em chroma key, mas passou a utilizar cenografia virtual realizada em computação gráfica. Essa foi, por bastante tempo, uma marca forte da identidade visual do Teca na TV. Nessa época a equipe publicava um pequeno fanzine chamado Teca na Tevê. Uma das maiores colaboradoras do jornalzinho foi Fabiana Egrejas, que também acumulava as funções de roteirista e produtora de arte da série. A temporada seguinte trouxe ainda mais novidades. Além dos amigos para contracenar, Teca passou a ter um irmão, o Guto, e alguns fantoches que se tornaram personagens do programa. O mais conhecido de todos eles foi a popular Formiga Farofa, um hand puppet, com a qual Teca dividiu segredos e viveu imensas aventuras. A partir dessa época, os cenários do programa foram ampliados e complementados com mobiliário real, com as crianças podendo realizar muitas atividades em cena, o que antes era quase impossível. O quintal deixou de ser virtual e transformou se num cenário em estúdio, com terra, plantas e muitas coisas mais. O conteúdo passou a ser organizado em semanas temáticas: semana “é o bicho”, dedicada aos animais; semana “a vida secreta das plantas”, tratando da flora; semana “pintando o sete”, dedicada a todos os gêneros de expressão artística
e assim por diante.
     A próxima grande conquista feita pela série veio com a penúltima temporada do programa, quando ele passou a ser realizado em dramaturgia, apresentando uma história única com meia hora de duração. Até então o programa era composto de esquetes e desenhos animados intercalados na edição, num formato conhecido como wrap around. Durante esses nove primeiros anos de Teca na TV, foram realizados 470 episódios, exibidos diariamente no Canal Futura em dois horários: de manhã e à tarde.''



Texto retirado do anuário de programação do canal Futura em 2007,página 146. http://www.futura.org.br/anuarios-de-programacao/

2 comentários:

  1. Ainda bem que o programa ficou com nome de Teca na TV.

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  2. Alguém lembra os nomes dos desenhos que passavam dentro do programa da teca? Era bem no começo da segunda temporada, quando ainda não tinha o guto nem o romeu e julieta

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